Historicamente o conceito de revolução é entendido como a transformação de uma determinada estrutura, seja ela política, social, econômica, cultural, tecnológica ou educacional. E é exatamente isso o que está acontecendo com a distribuição de tablets, pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (SEE), aos estudantes do ensino médio.
De um total de 40 mil tablets previstos aos alunos em todos os vinte e dois municípios acreanos, já foram distribuídos, até o presente momento, nada menos do que 26 mil equipamentos. A meta da SEE é que eles cheguem não apenas às escolas da zona urbana, mas também da zona rural.
Ao todo já foram distribuídos mais de 26 mil tablets aos alunos do ensino médio. Foto: Mardilson Gomes/SEE
A utilização dos tablets pelo alunos tem modificado a forma como eles aprendem e também a forma como os professores ensinam em sala de aula. Agora, ao invés de copiar textos à exaustão, os estudantes baixam aplicativos específicos em cada disciplina e, assim, aprendem mais e melhor.
Os tablets, juntamente com os kits escolares contendo cadernos, lápis, caneta e borracha, com os fardamentos e com o reforço do prato-extra na merenda escolar fazem parte dos investimentos do governo do Estado, na ordem de R$ 165 milhões, para iniciar o ano letivo.
Além dos equipamentos, o governo entrega aos estudantes, juntamente com os tablets, chips de internet para que os alunos possam baixar os aplicativos e ter acesso a várias páginas educacionais. Também foram disponibilizados computadores com internet aos professores da rede.
Nas palavras do secretário Aberson Carvalho (SEE), que também são as palavras do próprio governador Gladson Cameli, “recursos aplicados na educação não são gastos, mas investimentos”.
“Todos esses investimentos visam uma melhor qualidade da educação. Estamos investindo no profissional e também no aluno quando entregamos o kit escolar, o fardamento e também os tablets. Todos esses investimentos geram uma qualidade, porque educação é a base principal do nosso governo”, afirmou o secretário.
“Só não estuda quem não quer”
Maria Alves é professora de Sociologia e de uma eletiva chamada Estudo Orientado na Escola Jovem de Ensino Integral Boa União, localizada no bairro de mesmo nome, na região da Baixada da Sobral. Ela é enfática ao dizer que com os investimentos realizados pelo governo na educação “só não estuda quem não quer”.
Em relação aos tablets distribuídos pela SEE, ela comenta que está maravilhada com a transformação que eles trouxeram à educação. Só tem um tempo da disciplina Sociologia por semana em cada turma, o que obrigava os alunos a copiarem longos textos, anteriormente.
Novos tablets melhoram o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Foto: Mardilson Gomes/SEE
“Agora não, é tudo na tecnologia. Os meninos usam o tablet em sala de aula e fazem tudo pelo QR Code, por onde fazemos as nossas atividades e também temos os nossos guias de ensino. Então, é tudo muito maravilhoso”, faz questão de dizer.
Ela lembra que, quando os alunos receberam os tablets, chegou a chorar de tanta emoção. “Eu já tenho 14 anos de sala de aula e foi muito bom ver os alunos terem acesso a uma aprendizagem diferente, às novas tecnologias”, enfatiza.
Não tinha internet em casa
A distribuição de tablets com chips de internet não revolucionou apenas a aprendizagem, mudou mesmo o cotidiano dos alunos na escola e fora dela. A aluna Tafnes Silva, do terceiro ano da Escola Boa União, não tinha internet em casa, apenas no celular. “Eu tinha que colocar crédito no celular e essa internet do tablet me ajudou muito”, faz questão de dizer.
“Eu já tinha computador, mas agora não preciso mais ficar me preocupando em como fazer um trabalho porque essa internet é muito boa e o governo renova todo o mês, sem falar que a maioria dos pais não têm condições de adquirir plano de internet”, afirmou.
Tablets vêm acompanhados com chip de internet e alunos baixam os aplicativos de estudo. Foto: Mardilson Gomes
Quem também aprovou a distribuição dos tablets aos alunos foi Manoely Roque de Souza, também do terceiro ano. Segundo ela, o equipamento está sendo muito bom, porque agora não precisa mais ficar recarregando o celular.
“A internet é muito boa, o tablet é ótimo. Eu consigo baixar todos os aplicativos para estudar, sem falar que para o Pré-Enem também é maravilhoso, porque tem professor que dá todo esse suporte para estudarmos, manda as atividades para fazermos”, destaca.
“Não preciso mais pegar emprestado”
Antes do governo do Estado, por meio da SEE, distribuir os tablets aos estudantes do ensino médio de toda a rede de ensino, William Costa, que é aluno do primeiro ano da Escola Jovem Boa União, tinha que pegar o computador da tia emprestado para fazer os trabalhos escolares.
William Costa: “Não preciso mais pegar emprestado”. Foto: Mardilson Gomes/SEE
“Eu não tinha o computador e precisava usar o computador da minha tia. Ela ficava meio chateada, porque era dela, mas agora eu também recebi o tablet e não preciso mais pegar emprestado e isso está sendo muito bacana”, enfatiza.
“Recebemos o tablet com o chip. A internet é ótima, todo mês renova e não precisa mais ficar tirando do próprio bolso. Por isso, está sendo uma experiência muito boa para todos com os tablets”, disse.
Era pesado baixar os aplicativos
Para a aluna Fernanda Sampaio, do terceiro ano da Escola Tancredo Neves, no Bairro da Glória, também da região da Baixada da Sobral, o tablet tem auxiliado muito nas tarefas da escola. “Antes, era muito pesado baixar todos os aplicativos”, comentou.
Alunas do terceiro ano da Escola Tancredo Neves com os tablets. Foto: Mardilson Gomes/SEE
Sobre a internet, ela até conta que já tinha em casa, mas ficava muito pesado quando precisava fazer alguma tarefa da escola, por conta dos equipamentos como televisão e os próprios celulares. “Eu uso o tablet somente para estudar, e a internet fica muito boa”, disse.
Quem também tem aproveitado bastante o equipamento ofertado pela SEE é a aluna Elizabeth Rocha, do terceiro ano da Escola Tancredo Neves: “Ele tem sido de extrema importância para estudar e fazer pesquisas. Eu trabalho bastante com ele [o tablet] e, para mim, os recursos que oferece têm sido muito bons”.
Alunos transformados
Cleyson Ribeiro é professor de História e também de Projeto de Vida da Escola Tancredo Neves. Segundo ele, a utilização dos tablets tem transformado os alunos. “Eles têm melhorado muito a habilidade de pesquisa, com a nossa orientação”, afirma.
Professor Cleyson: “Os alunos têm em mãos uma ferramenta para acessar todas as bibliotecas”. Foto: Mardilson Gomes/SEE
“O uso do tablet tem revolucionado as nossas aulas, na medida em que podemos trazer para a sala de aula algumas outras metodologias ativas, de aprendizagem, que fazem os alunos terem contato com outro tipo de conteúdo para implementar o material didático, e isso tem tornado as aulas mais dinâmicas”, explica o professor.
A partir dessas novas possibilidades, ele conta que o tablet aumenta e diversifica o conhecimento dos alunos, trazendo um leque de novas abordagens durante o debate das aulas. “Os alunos têm em mãos uma ferramenta que abre as portas de todas as bibliotecas do mundo e eles podem ter acesso a elas”, disse.
Avanço na educação
A professora Shirlei Matos é diretora da Escola Jovem de Ensino Integral Boa União. Para ela, os tablets nas escolas têm trazido um avanço muito grande na qualidade do ensino e da aprendizagem dos alunos, “principalmente após a pandemia, quando tivemos que trabalhar com o ensino híbrido”, disse.
“Há alguns dias concluímos o nosso primeiro bimestre. Fizemos um levantamento das avaliações e observamos que houve um avanço dos nossos alunos não somente por meio dos recursos tecnológicos, mas também das inovações trabalhadas dentro da escola”, ressaltou.
Essa melhoria, de acordo com a diretora, não tem sido observada somente na escola, mas também em casa, durante a realização das atividades. “As metodologias ativas e os novos processos de aprendizagem têm melhorado bastante e sentimos essa evolução dos nossos alunos”, enfatizou.
(Por Agência/Acre)
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